Apresentação

O presente espaço visa a divulgação, discução e difusão das produções artísticas elaboradas pelos integrantes do blogger. A facilitação do contato com o universo da Arte rompe fronteiras ao tempo que une culturas, artistas e admiradores da Arte, em suas diversas linguagens. Os conteúdos postados- produções e textos- servirão de base para uma maior fruição e reflexão sobre a Arte de um modo geral. A continuidade do fazer artístico como forma de crescimento individual e coletivo, do próprio blogger e seus visitantes.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Arte Brasileira - Arte Rupestre

A Arte Brasileira tem como referência a arte de Portugal, diante da colonização ocorrida em nosso território, e que sofreu influências de artistas portugueses que para cá vieram, bem como dos holandeses, comandados por Mauricio de Nassau, que não consideravam os artefatos produzidos pelos indígenas locais como arte.
            Porém, não se pode deixar de reconhecer que antes mesmo do descobrimento do Brasil, já existiam manifestações artísticas através de pinturas rupestres, sendo que as manifestações mais antigas foram encontradas no Estado do Piauí cerca de 13000 a.C., na chamada serra da Capivara. Também há registros de pinturas rupestres nos estados da Paraíba (Pedra Pintada), Minas Gerais (cavernas do vale do Peruaçu e Lagoa Santa) e no Paraná.  Os materiais utilizados são osso, chifre, pedra e argila.
            No estado do Paraná, em recente estudo arqueológico realizado por Gomes (2011), constatou-se que o atual território do Paraná abrigou uma grande diversidade de vestígios arqueológicos relativos a sociedades pré-coloniais e coloniais, das quais conhecemos alguns de seus aspectos culturais desde o ponto de vista arqueológico ao antropológico, tendo sido localizados centenas de sítios arqueológicos em Piraí do sul, Ponta Grossa, Castro, Tibagi, Sengés e demais áreas do nordeste do Estado. A pintura rupestre em Piraí do Sul foi ‘descoberta’ pelo proprietário da Fazenda das Cavernas, após ler na Revista O Cruzeiro, de janeiro de 1956, artigo do paleontologista dinamarquês Peter Lund sobre a mesma arte em Lagoa Santa-MG; desde então vem despertando a curiosidade e os estudos na região, embora o lugar seja de difícil acesso e esteja exposto às intempéries, o que gera o seu desgaste.
            A maioria das representações pré-históricas na região dos Campos Gerais encontra-se em áreas particulares e de difícil acesso, muitas das vezes não relevadas e/ou preservadas pelos respectivos proprietários, que talvez desconheçam seu valor e importância para o conhecimento de nossa própria cultura e raízes. Mas ainda assim são registros que não podem deixar de ser reconhecidos e estudados, para que a Arte Brasileira possa construir sua própria historia.
Imagem- veado branco dirigindo-se dentro do signo gradeado, cidade de Piraí do Sul-PR

REFERÊNCIAS
GOMES, C. de S. As representações geométricas e zoomorfas da tradição planalto. A arte nos Campos Gerais. Curitiba: Secretaria de Estado da Cultura, 2011.
Fig 1- Veado branco dirigindo-se dentro do signo gradeado, Piraí do Sul-PR


quarta-feira, 23 de julho de 2014

Expoição das obras de João Turin no Museu Oscar Niemeyer

Tema da Exposição: João Turin- Vida, Obra, Arte
Curadoria de Teixeira Leite

A Exposição homenageia o pintor e escultor paranaense João Turin, é uma exposição interativa, o público pode tocar nas obras para sentir o material, as formas e a essência do trabalho. Foi montado na sala do Olho todo um cenário para a exposição. Podemos ver a reprodução de uma Capela onde se encontra a obra "Pietá", foi reproduzido o quarto e o atelier do escultor. Essa é uma das mais belas exposições que o MON já apresentou, vale à pena visitar.
A mostra traz 130 bronzes, a maioria exibidos pela primeira vez, além de pinturas, desenhos, cartas, estudos e esboços.
João Turin foi considerado o precursor da escultura no Paraná, nasceu em 21 de setembro de 1878 em Morretes- Paraná e faleceu em Curitiba no dia 09 de julho de 1949 aos 70 anos.
De formação acadêmica, iniciou seus estudos na Escola de Artes e Ofícios de Antônio mariano de Lima em Curitiba. Aos 27 anos foi para a Bélgica e especializou-se em escultura na Real Academia de Belas Artes de Bruxelas. João Turin possui várias obras em locais públicos de Curitiba.  
 











Fotografias de Patrícia Silva de Oliveira
 Referência:
http://www.cultura.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=261
 

 



segunda-feira, 21 de julho de 2014

A ARTE, O BELO E SEU CAMINHO NA HISTÓRIA.


Sempre que pensamos ou falamos sobre arte, somos tomados por algumas dúvidas. Afinal, o que é arte? O que são estas manifestações humanas que sempre acompanharam o homem em todo o seu desenvolvimento?
Uma única resposta, no entanto, não é tarefa fácil. Que trata a arte de manifestações humanas é incontestável, feita por homens e para homens. Que no decorrer da história teve em alguns momentos caráter meramente utilitário e funcional é verdadeiro. Que é um poderoso meio de comunicação, que também é feita para o deleite do homem e para sua fruição, que exprime sentimentos, emoções, que retrata, enaltece, exorta e que nos induz à contemplação também é certo.
Sabemos que a arte acompanha o homem e nos conta dele nas diversas épocas da história.  Fala-nos da religião, do sobrenatural, da mitologia, do irreal, de sonhos. Através dela entendemos muitas situações vividas pela humanidade. Neste percurso, porém, a arte foi se transformando nas diversas sociedades e no tempo, assumindo características próprias amoldadas por seu contexto histórico, social, político e geográfico. Contava de seu povo e de suas circunstâncias. Falava do homem da época, seus anseios, medos e aspirações. Expressava o homem do seu tempo.
Assim, podemos dizer que muito se sabe sobre um povo quando se estuda sua arte.
Outro desafio enfrentado por aqueles que de algum modo se interessam por arte, por entendê-la, por conhecê-la, refere-se ao conceito do belo.
 Muito se fala em arte como a atividade humana dedicada à criação de coisas belas e, em assim concebendo, temos um conceito de fácil compreensão, porém um conceito simplista e primário. A arte carrega em seus significados uma maior complexidade, cujos sentidos, conteúdos e alcance são maiores que os simples valores de beleza a ela atribuídos. E ainda mais, os mesmos atributos do belo, são variáveis conforme já falamos, no tempo e no espaço. Desta forma, temos hoje como obra de arte objetos de outras épocas e outras civilizações sem entendermos totalmente o que estes objetos significavam quando foram concebidos.
Assim, como nos coloca Gombrich (1999), ignoramos como a arte começou, no entanto, se aceitarmos que arte significa construções de templos, pinturas, esculturas, nenhum povo existiu e existe no mundo sem arte. Se, porém, entendermos a arte como tão somente a manifestação do belo, do luxo, daquilo que nos deleita e está muitas vezes em museus, teremos que reconhecer que essa nominação, bem como essa finalidade, é bem recente em nossa história. Refletir sobre a arte tendo em vista tão somente a beleza pode converter-se em um obstáculo, se nos levar a rejeitar obras que não nos sejam tão sedutoras e nem se apresentem tão belas.
Foram entretanto os gregos os primeiros a considerar a beleza como um critério para se valorar uma determinada coisa. Para eles, era pela contemplação do belo que se atingia um prazer espiritual, que ia além de qualquer dimensão funcional ou simbólica dos objetos. Para tanto a beleza para ser ideal deveria assentar-se em princípios de ordem, simetria, proporção e regularidade.   Foi esse “modelo clássico” da Grécia antiga que tem sido uma referência presente e recorrente em diversos movimentos artísticos no decorrer de nossa história, como, por exemplo, o Renascimento e o Neoclassicismo, chegando até mesmo em alguns momentos ao século XX com a arte moderna e contemporânea.
Ainda assim, vale ressaltar de que a idéia do que é belo e do que não o é pode ser muito diferente entre os diversos povos e até para um mesmo povo e uma mesma sociedade pode mudar ao longo do tempo. Há que se frisar, porém, que embora mutável através dos tempos a idéia do belo permanece fortemente ligada à ideia da produção artística (Prette, 2008).
Hoje, entretanto, a arte é um conceito aberto, ainda que nunca se possa perder de vista sua dimensão histórica. Toda obra de arte tem algo de indescritível, de simbólico, de único em sua caracterização como tal. É urgente nos despirmos dos preconceitos para que possamos ter a possibilidade de nos admirarmos de todas as criações da criatura do Criador. 
Texto de Andréa Varassin
Referências:

GOMBRICH, E. H. A história da arte. 16e. Rio de Janeiro: LTC, 1994.

PRETTE, Maria Carla. Para entender a arte. São Paulo: Globo, 2009.