Apresentação

O presente espaço visa a divulgação, discução e difusão das produções artísticas elaboradas pelos integrantes do blogger. A facilitação do contato com o universo da Arte rompe fronteiras ao tempo que une culturas, artistas e admiradores da Arte, em suas diversas linguagens. Os conteúdos postados- produções e textos- servirão de base para uma maior fruição e reflexão sobre a Arte de um modo geral. A continuidade do fazer artístico como forma de crescimento individual e coletivo, do próprio blogger e seus visitantes.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Arte Oriental

Olá pessoal
para começar a nossa conversa sobre arte oriental eu vou começar falando sobre o Japão. no decorre dos meses vamos falando de outros países da Ásia. Então segue abaixo O primeiro texto:

As primeiras formas de arte no Japão
Segundo FURYAMA (2008, p. 9) durante a reforma em 1935 dos templos de Toshodaiji e Horyuji, ambos localizados em Nara, foram descobertas sobre o teto e paredes desses templos, desenhos que datavam do século VII. De acordo o autor, eram desenhos caricaturais de animais e pessoas exageradas e voltadas para o humor, mas não se caracterizavam como origens do mangá, apesar de ser um forte indício de que a arte já era muito presente na cultura japonesa.
        Mais tarde, como afirma FURUYAMA (2008, p. 9) nos século XI e XII, um tipo de desenho era pintado sobre um grande rolo, que era desenrolado a medida que o narrador contava a história referente ao desenho, se tornou muito popular: os e-makimono. O mais curioso nestes desenhos é que já se aplicavam a eles uma noção de sequencia, apesar de não obedecer os padrões artísticos e visuais utilizados nas histórias em quadrinhos atuais. De acordo com LUYTEN (2000, p.91) a mais famosa chama-se chojugiga e foi feita pelo monge Kakuyu Toba(1033-1140) que possui também a autoridade de pelo menos quatro outras obras. Hoje esta obra esta conservada no templo Kozangi em Kyoto como um tesouro nacional.
        Conforme diz LUYTEN (2000) durante o período de Kamakura, considerado um  período violento, se estabeleceu pela primeira vez um governo militar no Japão, trazendo  a discriminação de novas seitas budistas por todo o país e culminando com o aparecimento monjes que se destacavam por que apesar das perseguições conseguiam a paz espiritual e tranquilidade a todas as pessoas. Segundo ela, graças a isso, começou a parecer um novo tipo de manifestação artística que era feita de maneira paralela aos ensinamentos da doutrina budista. Era um estilo de arte visual que buscava a reflexão por parte do observador acerca de sua estupidez e culpa pela guerra.
         LUYTEN (2000) ainda afirma que no século XV foi produzida a obra prima desse modelo artistico: Hyakki Yakko ( a caminhada noturna de cem demônios) de autoria de Mitsunobu Tosa, produzido com desenhos coloridos que retratavam cem demônios brincalhões e saltitantes com instrumentos se divertindo durante a noite depois desaparecendo com os primeiros raios de sol da manhã, inspirando muitos artistas e mangakás modernos em suas criações. Realmente é perceptível a influencia desta obra nos mangakás até os dias de hoje, tendo em vista a quantidade de mangás envolvendo youkais como os apresentados na obra.
       Mas foi na era de Edo que os trabalhos artísticos se intensificaram:
      A gama de trabalhos japoneses com complementos gráficos aumentou, talvez pela crescente demanda por entreterimento e pela escassez de produtos importados, uma vez que a politica governamental de Tokugawa barrava esses produtos . De acordo com ele, surgiram “Zenga” que, traduzido seria “imagen zen”, gravuras caricaturais monocromáticas que eram utilizadas durante as meditações. (FURUYAMA, 2008, p. 13)
Além dos Zenga, outra forma de trabalho gráfico despontou neste período: O Ukiyo-E como diz FURUYAMA (2008, p. 14) “Durante a urbanização promovida no final do século XVI, a classe dos comerciantes artesãos citadinos (chonin) começaram a produzir livros que sempre possuíam no seu interior varias ilustrações”. Segundo afirma LUYTEN (2000) ukiyo-e Significa vida mundana, e seus principais temas iniciais eram homens e mulheres mundanas, cenas de peças teatrais, beldades, atores e lutadores de sumo e só posteriormente passaram a incluir temas históricos, pássaros, flores e etc. De acordo com a autora foi nesta época que surgiu o termo “Mangá” e o primeiro mangá em si:
É Katsuhika Hokusai (1760-1849), que deu aos quadrinhos japoneses o nome de mangá. É formado pela união do ideograma “man” (irrisório) e “ga” (imagem), ou seja, cartoons, caricaturas e impressos de história em quadrinhos. O primeiro mangá lançado neste período foi Tobae Sankokushi de autoria de Oka Shumboka. (LUYTEN, 2001, p.95)

Através desta colocação da autora, posso enxergar o pontapé inicial rumo ao mangá moderno, apesar de que para todos os efeitos todas as outras formas de expressão artísticas citadas anteriormente deram sua contribuição o que é inegável. “Ainda hoje pode-se notar  que o ukiyo-e influencia ou é base do traço de muitos mangás modernos, como por exemplo o Lobo solitário”. (FURUYAMA, 2008, p.16)

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Arte Brasileira - Arte Indígena

            Além da Arte Primitiva há que se considerar, na evolução da Arte Brasileira, a Arte Indígena, que desempenhou importante papel como construção e consolidação de uma cultura específica, e que muita contribuição deixou para os artistas estrangeiros que aqui vieram no início da colonização, como também para os artistas brasileiros, que muitas das vezes foram beber nas origens indígenas para compor suas produções.
            A Arte Indígena despontou primeiramente na arquitetura, como necessidade de abrigo além das cavernas, não tendo a preocupação com a sua decoração, mas, como diz Rubens (1941, 15)
Destacando-se na arte plumaria, em que fixou primores, fazendo do mesmo passo armas guerreiras, instrumentos sonoros e utensílios domesticos, assim como mostrou evidente inclinação para a musica, dansa e o canto.
                Destacam-se duas civilizações artísticas da Amazônia, com estilos diferentes: a Marajó (Ilha de Marajó) e a Tapajós (Ilha de Santarém), com a cerâmica da primeira descoberta em 1870, com vasto material sendo encontrado até os dias de hoje. Já a cerâmica tapajara foi conhecida em 1923, com o material encontrado ser considerado um catálogo da fauna regional, composto principalmente de pequenos vasos, divididos em dois tipos: o primeiro e uma taça que, por intermédio de três figuras femininas, repousa num suporte em forma de carretel e o segundo lembra uma lâmpada oriental com um gargalo emergindo no centro de duas asas com estilização de cabeças de pássaros ou de jacaré (MONTERADO, 1978).
            A arte dos Marajoaras abriga ainda ar urnas funerárias, com formas variadas de naveta ou galera e outras de grande terrinas retangulares, que representavam animais como o jaboti, a lhama, a anta e a tartaruga. Em sua cerâmica, constam símbolos próprios destes indígenas, em baixo e alto relevo, na gravura e na pintura. Já os Tapajós não enterravam seus mortos, o que leva a crer que sua cerâmica tinha uma utilidade imediata, prevalecendo na sua confecção uma finalidade estética, apresentando uma pronunciada evolução do desenho decorativo para a modelagem, como um processo de evolução da escultura. (MONTERADO, 1978).
            Grande parte das peças indígenas dessas duas tribos encontra-se guardada e conservada no Museu Goeldi, em Belém do Pará, e no Instituto Histórico e Geográfico do Amazonas, em Manaus.

Alana Águida Berti