Além da Arte Primitiva há que se considerar, na evolução
da Arte Brasileira, a Arte Indígena, que desempenhou importante papel como
construção e consolidação de uma cultura específica, e que muita contribuição
deixou para os artistas estrangeiros que aqui vieram no início da colonização,
como também para os artistas brasileiros, que muitas das vezes foram beber nas
origens indígenas para compor suas produções.
A Arte Indígena despontou primeiramente na arquitetura,
como necessidade de abrigo além das cavernas, não tendo a preocupação com a sua
decoração, mas, como diz Rubens (1941, 15)
Destacando-se
na arte plumaria, em que fixou primores, fazendo do mesmo passo armas
guerreiras, instrumentos sonoros e utensílios domesticos, assim como mostrou
evidente inclinação para a musica, dansa e o canto.
Destacam-se duas civilizações
artísticas da Amazônia, com estilos diferentes: a Marajó (Ilha de Marajó) e a
Tapajós (Ilha de Santarém), com a cerâmica da primeira descoberta em 1870, com
vasto material sendo encontrado até os dias de hoje. Já a cerâmica tapajara foi
conhecida em 1923, com o material encontrado ser considerado um catálogo da fauna regional, composto
principalmente de pequenos vasos, divididos em dois tipos: o primeiro e uma
taça que, por intermédio de três figuras femininas, repousa num suporte em
forma de carretel e o segundo lembra uma lâmpada oriental com um gargalo
emergindo no centro de duas asas com estilização de cabeças de pássaros ou de
jacaré (MONTERADO, 1978).
A arte dos Marajoaras abriga ainda ar urnas funerárias,
com formas variadas de naveta ou galera e outras de grande terrinas
retangulares, que representavam animais como o jaboti, a lhama, a anta e a
tartaruga. Em sua cerâmica, constam símbolos próprios destes indígenas, em
baixo e alto relevo, na gravura e na pintura. Já os Tapajós não enterravam seus
mortos, o que leva a crer que sua cerâmica tinha uma utilidade imediata,
prevalecendo na sua confecção uma finalidade estética, apresentando uma pronunciada
evolução do desenho decorativo para a modelagem, como um processo de evolução
da escultura. (MONTERADO, 1978).
Grande parte das peças indígenas dessas duas tribos
encontra-se guardada e conservada no Museu Goeldi, em Belém do Pará, e no
Instituto Histórico e Geográfico do Amazonas, em Manaus.
Alana
Águida Berti
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