Olá pessoal
para começar a nossa conversa sobre arte oriental eu vou começar falando sobre o Japão. no decorre dos meses vamos falando de outros países da Ásia. Então segue abaixo O primeiro texto:
As primeiras formas de arte no Japão
Segundo FURYAMA (2008, p. 9)
durante a reforma em 1935 dos templos de Toshodaiji e Horyuji, ambos
localizados em Nara, foram descobertas sobre o teto e paredes desses templos,
desenhos que datavam do século VII. De acordo o autor, eram desenhos
caricaturais de animais e pessoas exageradas e voltadas para o humor, mas não
se caracterizavam como origens do mangá, apesar de ser um forte indício de que
a arte já era muito presente na cultura japonesa.
Mais tarde, como afirma FURUYAMA (2008,
p. 9) nos século XI e XII, um tipo de desenho era pintado sobre um grande rolo,
que era desenrolado a medida que o narrador contava a história referente ao
desenho, se tornou muito popular: os e-makimono. O mais curioso nestes desenhos
é que já se aplicavam a eles uma noção de sequencia, apesar de não obedecer os
padrões artísticos e visuais utilizados nas histórias em quadrinhos atuais. De
acordo com LUYTEN (2000, p.91) a mais famosa chama-se chojugiga e foi feita pelo monge Kakuyu Toba(1033-1140)
que possui também a autoridade de pelo menos quatro outras obras. Hoje esta
obra esta conservada no templo Kozangi em Kyoto como um tesouro nacional.
Conforme diz LUYTEN (2000) durante o
período de Kamakura, considerado um período violento, se estabeleceu pela primeira
vez um governo militar no Japão, trazendo
a discriminação de novas seitas budistas por todo o país e culminando
com o aparecimento monjes que se destacavam por que apesar das perseguições
conseguiam a paz espiritual e tranquilidade a todas as pessoas. Segundo ela,
graças a isso, começou a parecer um novo tipo de manifestação artística que era
feita de maneira paralela aos ensinamentos da doutrina budista. Era um estilo
de arte visual que buscava a reflexão por parte do observador acerca de sua
estupidez e culpa pela guerra.
LUYTEN (2000) ainda afirma que no século XV
foi produzida a obra prima desse modelo artistico: Hyakki Yakko ( a caminhada
noturna de cem demônios) de autoria de Mitsunobu Tosa, produzido com desenhos
coloridos que retratavam cem demônios brincalhões e saltitantes com
instrumentos se divertindo durante a noite depois desaparecendo com os
primeiros raios de sol da manhã, inspirando muitos artistas e mangakás modernos
em suas criações. Realmente é perceptível a influencia desta obra nos mangakás
até os dias de hoje, tendo em vista a quantidade de mangás envolvendo youkais
como os apresentados na obra.
Mas foi na era de Edo que os trabalhos artísticos se intensificaram:
A gama de
trabalhos japoneses com complementos gráficos aumentou, talvez pela crescente
demanda por entreterimento e pela escassez de produtos importados, uma vez que
a politica governamental de Tokugawa barrava esses produtos . De acordo com
ele, surgiram “Zenga” que, traduzido seria “imagen zen”, gravuras caricaturais
monocromáticas que eram utilizadas durante as meditações. (FURUYAMA, 2008, p.
13)
Além dos Zenga, outra
forma de trabalho gráfico despontou neste período: O Ukiyo-E como diz FURUYAMA
(2008, p. 14) “Durante a urbanização promovida no final do século XVI, a classe
dos comerciantes artesãos citadinos (chonin) começaram a produzir livros que
sempre possuíam no seu interior varias ilustrações”. Segundo afirma LUYTEN
(2000) ukiyo-e Significa vida mundana, e seus principais temas iniciais eram
homens e mulheres mundanas, cenas de peças teatrais, beldades, atores e
lutadores de sumo e só posteriormente passaram a incluir temas históricos,
pássaros, flores e etc. De acordo com a autora foi nesta época que surgiu o
termo “Mangá” e o primeiro mangá em si:
É Katsuhika Hokusai
(1760-1849), que deu aos quadrinhos japoneses o nome de mangá. É formado pela
união do ideograma “man” (irrisório) e “ga” (imagem), ou seja, cartoons,
caricaturas e impressos de história em quadrinhos. O primeiro mangá lançado
neste período foi Tobae Sankokushi de autoria de Oka Shumboka. (LUYTEN, 2001, p.95)
Através desta colocação da autora,
posso enxergar o pontapé inicial rumo ao mangá moderno, apesar de que para
todos os efeitos todas as outras formas de expressão artísticas citadas
anteriormente deram sua contribuição o que é inegável. “Ainda hoje pode-se
notar que o ukiyo-e influencia ou é base
do traço de muitos mangás modernos, como por exemplo o Lobo solitário”.
(FURUYAMA, 2008, p.16)
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